segunda-feira, 23 de junho de 2014

Diário de Bordo- Os argentinos Parte I

Embora as seleções de Brasil e Argentina não se enfrentem de acordo com a tabela da copa esse embate já aconteceu duas vezes nas ruas brasileiras.

Tanto no Rio de Janeiro quanto em Belo Horizonte a nossa viagem coincidiu com os rumos da fanática torcida argentina. O resultado desse cruzamento foi o de que agora temos muitos novos hermanos e se alguém achava que nós éramos loucos por fazer essa viagem, acredite, nós somos normais perto deles.

Em BH, por exemplo, encontramos um grupo que veio da Argentina tendo somente o carro como moradia. Depois de passar por Rio de Janeiro e Belo Horizonte eles pegaram o veículo após o jogo contra o Irã e foram rumo a Porto Alegre, um trajeto, de acordo com o oráculo, de aproximadamente 1.717 km e quase 23h de viagem. Somente na primeira fase eles irão viajar um total de 64 horas e 4.844 Km.

Eu e o Gordo tentamos convencê-los a deixar uma encomenda em Curitiba, mas eles não gostaram muito da ideia de carregar o Michel, ainda bem, por que a comida feita por ele está salvando a pátria. Ninguém é totalmente imperfeito.

Se existe uma aparente rivalidade entre essas duas nações apaixonadas por futebol nós provamos que a Copa do Mundo serve muito mais para unir nacionalidades do que para separar.

Em nosso encontro frequente com os mullets aperfeiçoamos nosso portunhol e no jogo do último sábado o Negs e o Mimi até pintaram a cara com as cores da alviceleste.

A troca de camisetas também foi um fato frequente. A camisa da Pitanguá irá circular bastante lá pelos lados de Buenos Aires enquanto em Curitiba o azul claro também vai estar presente.

No primeiro jogo do Brasil o Mimi se divertiu tanto com eles que acabou nem vendo o jogo. Enquanto ele os sacaneava pelo até então baixo número de gols de Messi em Copas (Edmilson tinha mais que ele), os argentinos nos ironizavam com o suposto pênalti na partida contra a Croácia e cada faltinha besta no meio campo era motivo para que disparassem um “Penal Brasil”.

Na região da Savassi, em Belo Horizonte, nós praticamente comandamos a torcida Argentina e ao final da música que diz que “Maradona es más grande que Pelé” finalizávamos com um sonoro “só que no”. Também enganávamos eles entoando o canto de “Messi, Messi, Messico, Messico...”.

Embora tenhamos afastado a rivalidade e a transformado em amizade, a nossa conversa sempre ia parar em campo, mas sempre em tom de brincadeira, já que não dá pra levar muito a sério uma seleção que tem apenas duas estrelas, uma a menos que o Pelé.

Se a nossa viagem e a Copa do Mundo são uma grande diversão, encontrar os argentinos é mais um bom motivo para fazermos a festa.

Esperamos vê-los na final, hermanos.

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