quinta-feira, 26 de junho de 2014

Diário de Bordo- O futebol é um esporte bobo

Isso que diz o título é verdade. O futebol é, resumidamente, um esporte que se joga na grama com 11 pessoas de cada lado com uniformes distintos e ganha a equipe que mais vezes colocar a bola no retângulo que o adversário deve proteger.

Mas, vamos reduzir alguns outros esportes às formas bobas de encará-los.

Boxe: dois seres vestindo calção e luvas golpeiam com as mãos um ao outro com o objetivo de derrubá-lo.

Esgrima: duas pessoas com uma “espada” em mãos tentam encostar a arma no outro humano sem que seja encostado.

Golfe: Usando um taco os terráqueos tentam colocar uma bola dentro de um buraco com o menor número de toques possíveis.

A lista poderia prosseguir, mas vamos ficar por aqui. A questão é que qualquer esporte, até os mais refinados (leia-se, aqueles que envolvem mais dinheiro), podem ser vistos como esportes “bobos”.

Mas, antes de mais nada, o esporte deve ser visto como um esporte. É uma diversão. É catarse. É emoção. É identificação. É tudo. É nada.

O futebol, como todos os outros é um esporte e não deve ser encarado como algo “sério”. As pessoas que levam o esporte a sério demais são aquelas que acabam indo ao estádio e tornando a diversão em algo realmente sério ao usar aquilo como pretexto para xingar, discriminar, bater ou até mesmo matar alguém.

Como pode ser visto na Copa do Mundo de futebol, este esporte é uma paixão mundial. Mas no Brasil ele representa o mais verdadeiro amor. Em nosso país a invenção inglesa encontrou solo fértil para prosperar. Solo de asfalto. Solo de terra. Solo de areia. Solo da sala de casa. Solo que se casa com a sola de qualquer pé. Sola que calça chuteiras, que calça tênis velhos, sola descalçada pelo chinelo usado para ser trave. Solo de onde nasceram muitos craques, que por aqui ficaram ou que foram para a Europa servir de pé de obra para times endinheirados.

Eles são menos brasileiros do que nós? Não. Você não iria? Deixaria de realizar o seu sonho profissional? Não gostaria de morar no velho continente e ganhar muito para fazer o que gosta? Eles também “sofreram” por não ter em nosso país estruturas que suportem o tamanho do seu talento. São nascidos aqui, criados aqui e são eles quem nos representam quando pisam nos gramados tratados da Europa. “Ame-o ou Deixe-o”? Aaaaaaaaaaaah...

Eu sou tão brasileiro quanto o Pelé. Que é tão brasileiro quanto o atendente da lanchonete. Que é tão brasileiro quanto Ronaldo. Que é tão brasileiro quanto o cobrador de ônibus. Que é tão brasileiro quanto o Diego Costa. Não, o Diego Costa não (embora não ache errada sua decisão), mas enfim...continuando...o cobrador é tão brasileiro quanto o David Luiz. Que é tão brasileiro quanto o policial. Que é tão brasileiro quanto o Thiago Silva. Que é tão brasileiro quanto o presidiário. Que é tão brasileiro quanto o Neymar, esse brasileiro que faz lances espetaculares com a simplicidade de quem brinca com uma bola qualquer em um campo qualquer em qualquer canto desse país.

Na última segunda-feira pudemos vê-lo jogar. A menos de 20 metros estava essa peça rara que é como nós, nascido nessa terra de todos. Um menino gigante que joga esse esporte bobo, mas que representa esse divertido amor.

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