segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

E o fenômeno parou...

Fenômeno
sm (gr phainómenon) 1 Qualquer manifestação ou aparição material ou espiritual. 2 Tudo o que pode ser percebido pelos sentidos ou pela consciência. 3 Fato de natureza moral ou social regido por leis especiais. 4 Tudo o que é raro e surpreendente. 5 Maravilha. 6 Pessoa que se distingue por algum dote extraordinário.

De acordo com as definições do dicionário Michaelis para a palavra fenômeno creio que “Tudo o que é raro e surpreendente”, “Maravilha” e “Pessoa que se distingue por algum dote extraordinário” são as que melhor definem Ronaldo, o fenômeno.

E o fenômeno parou... Após 18 anos de carreira profissional mostrando por que é um fenômeno, resolveu pendurar as chuteiras. Mas afinal, por que é um fenômeno? Vou tentar explicar.

Não é “apenas” por que é o maior artilheiro de todas as copas do mundo. Klose ainda pode alcançá-lo caso jogue a próxima copa. Não é “apenas” por que foi eleito o melhor jogador do mundo três vezes. Zidane também foi. Talvez Ronaldo seja um fenômeno por que somente o tempo conseguiu o parar.

Quantos de nós, não fenômenos, teriam parado ou desistido após a primeira cirurgia grave, quando ele jogava pela Inter? Duas vezes então? Quantos de nós não teríamos desistido ainda no início da carreira tendo que driblar uma infância pobre? Ronaldo enfrentou tudo isso (e muito mais) para se tornar o fenômeno.

Hoje, ao anunciar a despedida, revelou mais uma dificuldade que poucos sabiam. Um hipotireoidismo. O problema, segundo ele, era o que fazia com que tivesse dificuldades em emagrecer. Mais uma das muitas na carreira. Mas não seria esta ainda que o tiraria de campo.

Mesmo após descobrir o distúrbio e passar por mais uma dura cirurgia ele volta aos campos. E desta vez com a camisa do Corinthians. Eu, como corinthiano, sempre irei me orgulhar pelo fato de um dos maiores jogadores da história ter jogado pelo Corinthians. Digo isso não apenas por ser Corinthiano, mas também por ser um Ronaldiano. Ronaldo foi o melhor jogador que vi jogar. Jogar apenas não, levar alegria para quem o viu.

Sua passagem pelo Corinthians foi marcante. Dois títulos, paulista e copa do Brasil, e obviamente lances emocionantes. O primeiro gol contra o Palmeiras e na final contra o Santos são alguns que cito. Infelizmente a libertadores não veio enquanto ele estava jogando. Mas, isso foi apenas uma decepção em meio às muitas glórias. Na medida do possível (e talvez até do impossível) a carreira do fenômeno foi perfeita. A perfeição a serviço do Brasil, dos times pelos quais passou e a serviço do futebol.

Com o hipotireoidismo, e o consequente sobrepeso, vieram muitas críticas. Mesmo assim revelou isso apenas hoje, driblando mais uma vez a crítica e mantendo a alegria em jogar. Apesar das tristezas, como contusões e campeonatos não ganhos, a alegria foi o que permeou a carreira. Além de levá-la aos que o viam ele sempre jogou por estar feliz fazendo o que gostava. Alguns de seus lances, por vezes inexplicáveis, pareciam fáceis para ele, finalizados com um grande sorriso, enquanto alguns perguntavam: “Como foi possível?”.

Impossível explicar. Fenômenos são incríveis, inexplicáveis. Mas passam com o tempo. Passam, mas ficam na memória de quem viu e serão contados para quem não teve este grande privilégio.

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Observações:

- Vale conferir o texto sobre quando ele veio para o Corinthians: Fenomenal

- Não pretendia escrever sobre futebol, pois o último texto foi sobre o mesmo assunto, mas...não tinha como evitar né.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Brochei

Ela é a menina dos meus olhos. Meus desejos se resumem a ela. Não sei se é desejo, ambição ou paixão.

Já conquistei todas que quis, agora quero a ela e nada mais. E ela sabe disso. Já tentei outras vezes, várias, mas nada houve. Sem sucesso. Em algumas tentativas achei estar bem próximo, mas nos pênaltis ela me espalmou para escanteio. Mas não desisto. A quero acima de tudo e só descansarei depois de tê-la.

Chegar nela é difícil. Após vários fracassos tentar novamente é complicado. Além da minha própria expectativa ainda há aqueles que estão em volta torcendo pelo meu fracasso. Afinal, uma moça como ela é desejada por todos.

Consigo finalmente chegar. Eu, que sou simpático, desinibido e querido por muitos, mal consigo falar. Estou nervoso. Extremamente nervoso. Faltam-me assuntos. Ela não me dá muita moral. Praticamente monossilábica. Mesmo com os assuntos parecerem fugir, consigo improvisar algo. Falo sobre coisas nada a ver. Isso é ruim, mas bom, consigo arrancar algumas risadas dela.

Dedico tempo. Bastante. E dedicarei o que for necessário. Não vejo nada ao meu redor. Só ela. Eu e ela. A conversa se desenrola. Vai indo, aos trancos e barrancos, mas segue. O nervosismo continua. Por mais que já estejamos flertando não consigo me sentir totalmente à vontade.

Nesse tempo de jogo já estou pronto para o bote. Qualquer assunto que surja consigo uma brecha para sugerir um algo a mais. Ela sorri. Vejo que é necessária uma investida mais incisiva. Juntamente às sugestões de segunda intenção eu a abraço, beijo o rosto, pego na mão.

Numa dessas ela cedeu. Beijei-a. Não acredito. Meu estômago se revira chegando a produzir alguns barulhos estranhos que parecem arroto. Sigo na pegada. Beijo, conversa e carícia fazem com que, embora ainda presente, uma parcela de nervosismo desapareça.

Não sei como, mas acabamos na cama. Beijamos-nos ardentemente. Abraços e afagos acontecem, mas o nervosismo ressurge com imensa intensidade. Mesmo tendo-a, ela que sempre quis, não consigo me levantar. Meu pau não responde aos impulsos. Nenhum sinal. Fico ainda mais nervoso e menos excitado.

Nem chegamos a tirar a roupa. Ela percebeu e compreendeu a situação, ao menos aparentemente. Não sei se terei outra chance.

Merda! Não boto fé que desperdicei aquela oportunidade. Fracassei mais uma vez na minha tentativa em chegar até lá com ela. Caralho! Maldita expectativa. Maldito nervosismo. Se fosse outra teria ocorrido tudo naturalmente, como sempre. Mas juro que um dia a terei. Terei sim.

Não foi desta vez, mas um dia você será minha, libertadores.